JotaEme porquê? O que te fez vestir a nossa camisola?
(Pensativo) No principio foi o meu tio (Quinzinho), treinador da equipa, que me falou que gostava de me ter no plantel. Tinha sido dispensado do Paços e, apesar da hipótese Rio Meão, optei por aceitar o desafio dele. Vim aos primeiros treinos, gostei do grupo, do ambiente e fui ficando. Aprendi a gostar do JotaEme.
O grupo?
Actualmente está um grupo mais unido, um grupo no verdadeiro sentido da palavra. Sente-se um bom espírito no balneário.
A equipa?
Há muita qualidade. Desde que cheguei até agora, sinto uma evolução positiva na qualidade do nosso futebol. Há mais bola no chão e menos aquele futebol directo que caracterizava a nossa equipa.
Sabemos que começas-te a tua formação como guarda-redes, como explicas a tua subida no terreno?
Risos. Simples, no principio jogava contra equipas mais experientes que nós. Tinha 7 anos, jogávamos contra miúdos mais velhos, a bola estava sempre perto da minha área sentia-me bem a evitar golos, mas mesmo assim os resultados eram negativos. Pensei que por mais que defendesse não seria suficiente para ganhar. Sentia-me pouco útil na baliza, queria dar mais. Sentia que tinha mais para dar e decidi arriscar. Correu bem (risos). Mas acho que como guarda-redes até me tinha safado melhor… tinha jeito. Mas faltava o gosto… queria correr, ter bola, fazer golo! “Melhor que fazer golo, só defender um penálti que desse um titulo mundial à nossa selecção!”
Liga de Pedroso?
Tem de tudo que se possa ver no futebol, desde equipas que praticam bom futebol, que dá gosto. Tão importante como saber perder para mim está a atitude de campeão quando ganhas e nisso realço a atitude muito correcta dos jogadores do Paradela.
Também encontras equipas que pouco se interessam pelo futebol, como os Águias de Sá, chegando a ultrapassar o aceitável, com atitudes violentas, pouco dignas no desporto.
FCPorto porquê?
É a equipa que me habituei a ver e a gostar, lá em casa é tudo Porto e por influência ou não, lembro-me de na altura me deslumbrar com os lances fantástico de Drulovic, a impiedade do Jardel, o Penta. Gostei e fui ficando! Quando realmente me senti portista foi no primeiro jogo ao vivo, nas Antas. Porto-Boavista (4-1) foi no dia em que senti a magia do Porto e até hoje não me senti desiludido por ser portista. Ser portista e Jotaeme é uma forma de viver!
Qual o sentimento que invade um jogador que fica de fora de uma convocatória?
Puxas pela vitória da equipa e eles só provam que ficas-te bem de fora, ou queres mesmo que lhes corra mal, para pensarem que fazias faltas.
(risos) Claro que quero que eles ganhem. Porque acima dos objectivos individuais estão os objectivos colectivos.